Lula enfatizou que "o país não precisa de uma meta zero"
Brasília - 27/10/2023- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma declaração nesta sexta-feira que reacendeu o debate sobre a meta de zerar o déficit primário do governo em 2024. Durante um café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, Lula afirmou que a realização dessa meta é “difícil” e que não pretende fazer cortes nos investimentos em obras para cumpri-la.
O atual presidente argumentou que está disposto a fazer o máximo para atingir a meta fiscal, mas enfatizou que "o país não precisa de uma meta zero". Ele afirmou: "Eu não vou estabelecer uma meta fiscal que me obrigue a começar o ano fazendo cortes de bilhões nas obras que são prioritárias para esse país. Eu acho que muitas vezes o mercado é ganancioso demais e fica cobrando uma meta que ele sabe que não vai ser cumprida."
Para ilustrar sua posição, Lula ponderou que mesmo se o Brasil fechar o ano com um déficit de 0,5% ou 0,25%, isso não deveria ser visto como um problema significativo. Ele reforçou sua posição destacando que o objetivo é manter os investimentos em áreas fundamentais para o desenvolvimento do país.
O novo arcabouço fiscal aprovado pelo Congresso Nacional em agosto estabelece uma meta de resultado primário zero para o próximo ano, com margem de tolerância de 0,25 ponto percentual, podendo chegar a um superávit de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB) ou um déficit na mesma magnitude.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já conheceu a dificuldade de zerar o déficit e a necessidade de parceria com o Congresso Nacional. Para atingir essa meta, o governo enviou uma série de medidas provisórias e projetos de lei para reduzir ou eliminar benefícios fiscais nos últimos anos e aumentar a arrecadação, estimando um valor de R$ 128 bilhões para o próximo ano.
O projeto do Orçamento de 2024 prevê um pequeno superávit primário de R$ 2,84 bilhões, equivalente a 0% do PIB.
O presidente Lula expressou otimismo em relação à economia, evitando um crescimento do PIB de 3% ou mais em 2023. Apesar de considerar que 2024 é um "ano difícil" devido a fatores globais, como a queda dos investimentos na China e o aumento das taxas de juros nos EUA, ele enfatizou o compromisso do governo em lidar com esses desafios.
Lula também destacou o potencial do Brasil na energia verde e a possibilidade de investimento para investimentos a economia e criar empregos. Ele delegou aos ministros Geraldo Alckmin e Rui Costa a tarefa de promover projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Brasil e no exterior, enfatizando que o Brasil é um novo centro de investimentos.
Com informações da Agência Brasil
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