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quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Desigualdade Racial no Mercado de Trabalho: Dados do Dieese Revelam Cenário Preocupante

 

O mercado de trabalho no Brasil continua sendo um espaço marcado pela reprodução da desigualdade racial, conforme apontou uma análise do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Os números do 2º trimestre de 2023, obtidos pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do IBGE, evidenciam que a população negra enfrenta não apenas maiores taxas de desocupação, mas também obstáculos significativos para ascender profissionalmente.


Apesar de compor 56,1% da população em idade de trabalho, os negros representam mais da metade dos desocupados, totalizando 65,1%. A taxa de desocupação para os negros atinge 9,5%, 3,2 pontos percentuais acima dos não negros. No caso das mulheres negras, a taxa de desocupação é ainda mais alta, chegando a 11,7%.


O Dieese destacou que, mesmo diante da melhora da atividade econômica, as mulheres negras enfrentam dificuldades extras para inserção no mercado de trabalho. Quando conseguem emprego, as condições impostas aos negros são desvantajosas, com uma expressiva presença em postos mais precários e menor oportunidade de ascensão profissional.


A análise revela que apenas 2,1% dos trabalhadores negros ocupam cargos de direção ou gerência, em comparação com os homens não negros, cuja proporção é de 5,5%. Apenas um em cada 48 trabalhadores negros está em cargo de direção ou gerência. A proporção de negros empregadores também é menor, com 1,8% das mulheres negras e 3,6% dos homens negros.


A informalidade é mais prevalente entre os negros, atingindo 46%, enquanto entre os não negros, esse número é de 34%. Entre as mulheres negras ocupadas, 15,8% trabalham como empregadas domésticas, com salários médios abaixo do mínimo vigente.


Além disso, a análise salarial revela que, mesmo quando comparados os rendimentos médios entre negros e não negros na mesma posição ocupacional, os negros ganham em média 39,2% a menos. Isso evidencia não apenas desigualdades de oportunidade, mas também tratamento diferenciado no mercado de trabalho.


O Dieese destaca a necessidade de um amplo trabalho de sensibilização para direcionar políticas públicas que ataquem as desigualdades, especialmente no mercado de trabalho. A entidade conclui que o caminho a ser percorrido é longo, mas requer determinação e agilidade para promover mudanças significativas.


Com informações do O Estado/CE


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