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quarta-feira, 8 de novembro de 2023

Taxa média de juros das concessões de crédito continua em queda

Pelo quarto mês consecutivo, a taxa média de juros das concessões de crédito no Brasil declarou uma queda, revelando um cenário mais favorável para tomadores de empréstimos. As estatísticas divulgadas pelo Banco Central nesta terça-feira (7) apontam que a taxa de juros, considerando recursos livres e direcionados, caiu 30,5% ao ano em setembro, o que representa uma redução de 0,2 ponto percentual em relação ao mês anterior.

Esse movimento de queda nas taxas de juros tem sido consistente, com o pico de 32,3% ao ano registado em maio deste ano. No entanto, a variação anual ainda aponta um aumento de 1,5 ponto percentual nos juros. É importante notar que essa queda ocorre paralelamente à redução da taxa básica de juros da economia, a Selic, que tem sido aplicada como parte das políticas de controle da inflação pelo Banco Central.

O comportamento das taxas de juros acontece em meio a um cenário econômico dinâmico, com o aumento da inflação na segunda metade do ano. Em resposta a esse cenário, o Banco Central impediu a Selic para 12,25% ao ano, com expectativas de mais cortes nos próximos meses, embora o comitê de política monetária tenha indicado que pode ajustar o ritmo dos cortes se necessário.

No ano passado, o Banco Central havia elevado a Selic por 12 vezes consecutivas, em um ciclo de juros monetários devido a fatores como a alta dos preços de alimentos e combustíveis. A manutenção dessas altas por um ano levou a taxa a 13,75% ao ano. No entanto, agora, a expectativa é de que a Selic chegue ao ano em 11,75%.

Essa redução na taxa básica de juros também tem impacto no custo do crédito para os consumidores, tornando empréstimos e financiamentos mais acessíveis. Em setembro, a taxa de captação dos bancos, ou seja, o custo pelo crédito, caiu para 9,3%.

Os juros mais baixos reduzidos para controlar a inflação, uma vez que controlam o consumo, ou que por sua vez ajudam a controlar os preços. Além disso, o crédito mais barato estimula a atividade econômica, impulsionando o investimento e o consumo.

Crédito livre e cartão de crédito

No que diz respeito ao crédito livre para famílias, a taxa média de juros chegou a 57,3% ao ano em setembro, com uma redução de 0,5 ponto percentual em relação a agosto. Isso foi resultado da redução nas taxas médias de modalidades de empréstimos.

Um destaque notável é o cartão de crédito para pessoas físicas, com uma taxa de juros média de 101,4% ao ano, proporcionando uma redução de 0,1 ponto percentual no mês. No entanto, em comparação com o ano anterior, houve um aumento de 12,2 pontos percentuais.

No caso do crédito rotativo do cartão de crédito, que é quando o consumidor não paga o valor integral da fatura e precisa refinanciar o saldo, houve uma redução de 4,4 pontos percentuais em setembro, embora a taxa de juros permaneça alta em 441, 1% ao ano.

Essa modalidade de crédito tem sido objeto de atenção por regulamentações recentes. Em outubro, foi sancionada uma lei limitando os juros do crédito rotativo, o que deve trazer alívio para os consumidores.

Empréstimos e desafios econômicos

Em relação às concessões de crédito, em setembro, houve um aumento de 0,5% para pessoas físicas e 3,8% para empresas. Esse crescimento foi mais lento do que o observado em agosto, refletindo a manutenção prolongada das altas taxas de juros e uma desaceleração econômica.

Atualmente, o estoque total de empréstimos concedidos pelos bancos no Sistema Financeiro Nacional (SFN) alcançou R$ 5,575 trilhões, representando um aumento de 0,8% em relação a julho. O crescimento deve ser um aumento de 1,6% nas operações de crédito pactuadas com empresas e um incremento de 0,3% nas operações com pessoas físicas.

No entanto, é importante notar que o crescimento anual do crédito total desacelerou, atingindo 8% em setembro, em comparação com 9% em agosto. Os estoques de crédito para pessoas jurídicas e pessoas físicas também desaceleraram em relação ao ano anterior, com expansões de 4,4% e 5%, respectivamente.

O ambiente econômico em constante mudança e as taxas de juros em queda representam um cenário desafiador e imprevisível para o mercado de crédito, à medida que os analistas buscam compreender as dinâmicas em jogo e prever o comportamento futuro.

Endividamento e inadimplência

A inadimplência, que considera atrasos superiores a 90 dias, manteve-se relativamente estável, registando 3,5% em setembro. Nas operações com pessoas físicas, a inadimplência foi de 4%, enquanto para pessoas jurídicas foi de 2,7%.

O repartimento das famílias atingiu 48% em agosto, um aumento de 0,2 ponto percentual no mês, mas com uma redução de 1,7% em relação ao ano anterior. Excluindo o financiamento imobiliário, que é uma parte significativa do financiamento, esse índice atingiu 30,4% no nono mês do ano.

O comprometimento da renda, que se refere à relação entre o pagamento das dívidas e a renda média, foi de 27,5% em agosto, com uma redução de 0,1 ponto percentual em relação ao mês anterior. Os táxons evoluíram estáveis ​​em relação ao ano anterior.

Esses indicadores apontam que, apesar do cenário de quedas nas taxas de juros e aumento no crédito, os consumidores e as empresas mantiveram a sua responsabilidade no cumprimento das suas obrigações financeiras.

O ambiente econômico continua a evoluir, e as condições econômicas futuras podem influenciar o comportamento do mercado de crédito, tornando-o um espaço de atenção e análise constantes para analistas e economistas.

Com informações da Agência Brasil




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