Coluna sobre os bastidores das restrições ao ex-presidente e o xadrez eleitoral
· Pressão no tabuleiro – O Supremo Tribunal
Federal impôs restrições inéditas a Jair Bolsonaro: tornozeleira eletrônica,
veto a redes sociais e viagens, além do distanciamento do filho Eduardo. O
ex-presidente tem aproveitado para reforçar seu discurso de mártir e
perseguição, estratégia que ecoou entre aliados no Congresso e nas redes.
· Bolsonarismo em alerta – As medidas aumentaram a
coesão do núcleo duro bolsonarista, ao mesmo tempo em que lançaram dúvidas
sobre o futuro do grupo nas urnas de 2026. Com Bolsonaro inelegível, crescem os
apelos por definição de um nome de consenso: Tarcísio de Freitas e Eduardo
Bolsonaro surgem como alternativas, mas há receio de divisão interna.
· Centrão cauteloso – Lideranças do centrão
observam o clima de instabilidade com reserva. A avaliação é que o
prolongamento da indefinição prejudica a direita e pode contaminar alianças
regionais, abrindo espaço para adversários capitalizarem a crise.
· Fuga ou estratégia? – A apreensão de dólares em
espécie na casa de Bolsonaro alimentou rumores sobre fuga, prontamente negados
por assessores. A oposição explora o episódio para pressionar o ex-presidente,
enquanto aliados tentam blindar a narrativa.
· Relógio na parede – A demora na escolha de um
nome para a sucessão preocupa líderes de direita, que veem na paralisia uma
ameaça ao capital político acumulado durante o mandato de Bolsonaro. O consenso
é que o grupo precisa agir com rapidez para evitar desgaste e consolidar uma
candidatura competitiva.
O termômetro político indica que a disputa no campo
conservador pode esquentar ainda mais nos próximos meses, com cada movimento do
STF e do clã Bolsonaro sendo analisado com lupa por adversários e aliados. O
xadrez eleitoral, por ora, segue em aberto.
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